Das vastas dunas de areia alaranjada do Deserto da Namíbia ao incrível Parque Nacional Etosha, onde a vida selvagem prospera, este destino africano oferece experiências únicas para os viajantes. Prepare-se para aventuras emocionantes, paisagens deslumbrantes e uma cultura rica que combina influências indígenas, alemãs e sul-africanas. Neste post, vou mostrar nosso roteiro completo, dicas práticas e tudo o que você precisa saber para planejar sua viagem à Namíbia.
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SOBRE A NAMÍBIA
A Namíbia fica no sudoeste da África as margens do Oceano Atlântico. É um destino fascinante que combina belas paisagens, vida selvagem e uma rica diversidade cultural. Também é um país gigantesto, com uma área de mais de 824.000 km² (seria o 4º maior estado brasileiro). Por outro lado, é o segundo pais com a menor densidade demográfica do mundo!
Visitamos a Namíbia durante nossa viagem de um mês pelo continente africano! O país faz fronteira com Angola ao norte, Zâmbia ao nordeste, Botsuana ao leste e África do Sul ao sul. Curiosamente, por apenas 200 metros também não faz fronteira com o Zimbábue!
Sua capital, Windhoek (se pronuncia “vinduque”), situada no centro do território, é a porta de entrada no país. O idioma oficial é o inglês, embora várias línguas locais, como o oshiwambo e o afrikaans, também sejam amplamente faladas.
Nós visitamos o país por 8 dias, percorrendo mais de 1200 de carro 4×4 e explorando os principais pontos turísticos e atrações. Mas sem dúvida poderiamos ter ficado muito mais!
A Namíbia oferece uma experiência única pra quem curte aventura, natureza e vida selvagem!
Sendo assim, nesse post vou falar sobre tudo que acho importante na hora de organizar uma viagem pra Namíbia, e ainda compartilhar o nosso roteiro e sugestão de outros lugares pra conhecer no país!
QUANDO IR PARA NAMÍBIA
Dá pra conhecer a Namíbia em qualquer época do ano, sendo que a grande diferença está nas temperaturas principalmente na região central do país.
O país possui um clima desértico, caracterizado por verões quentes e chuvosos, que vão de novembro a abril, e invernos secos e mais frescos, de maio a outubro.
A melhor época para visitar a Namíbia é durante o outono e o inverno, de maio a setembro, quando as temperaturas são mais amenas e as chuvas são raras, facilitando a observação da vida selvagem nos parques nacionais, como o Parque Nacional Etosha.
Clima
Durante esses meses, as noites podem ser bem frias, mas os dias são geralmente ensolarados, o que torna as atividades ao ar livre muito agradáveis.
Por outro lado, a temporada de verão, de dezembro a março, traz altas temperaturas, que podem ultrapassar os 40 °C, além de chuvas ocasionais que podem dificultar o acesso a certas áreas (principalmente nas estradas de ripio e areia) e a visualização da fauna.
Outra caracteristiaca importante é a amplitude térmica durante todo o ano. Durante o inverno, principalmente nas regiões mais desérticas, as temperaturas caem bastante a noite. Por isso é importante ir preparado para usar roupas em camadas.
Nós viajamos em Maio e pegamos um clima perfeito. Sol praticamente todos os dias com calor durante o dia mas não muito abafado. A noite as temperaturas ficaram entre 10 e 15 graus e conseguimos dormir na barraca confortávelmente apesar do frio.
As chuvas estão concentradas mais durante o verão de Dezembro a Março. Mas na região de Sesriem por exemplo não chove a mais 2 anos e o volume de água é relatiamente maixo mesmo nos meses mais “chuvosos”.
Nas regiões litorâneas, como Walvis Bay e Swakopmund, o clima é mais estável durante praticamente o ano todo e praticamente não chove nessa região.
COMO CHEGAR NA NAMÍBIA
Infelizmente, não há voos diretos do Brasil para a Namíbia. As melhores opções são voar pela África do Sul com a Latam ou a South African, ou pela Angola com a companhia aérea TAAG. Essas empresas oferecem voos saindo de São Paulo, com conexões possíveis no Rio de Janeiro e outras cidades atendidas pelas companhias aéreas ou parceiras no Brasil.
O trajeto mais curto e prático é com a TAAG, saindo de São Paulo com destino a Windhoek, a capital da Namíbia. O tempo total da viagem é de 14 horas, com uma escala de apenas 4 horas em Luanda, a capital da Angola.
No nosso caso, como nossa viagem também incluia outros países na África, nós pegamos uma promoção da Latam e voamos para Johanesburgo na África do Sul e de lá pegamos um voo da South African para Windhoek.
O principal aeroporto da Namíbia é o Aeroporto Internacional Hosea Kutako, localizado em Windhoek, que recebe a maioria dos voos internacionais. O aeroporto fica uns 20 minutos distante da cidade, então você pode contratar transfers particulares ou alugar um carro diretamente no local.
COMO SE DESLOCAR NO PAÍS
Por ser um pais tão extenso, voar de avião seria a opção mais sensata para se deslocar pela Namíbia. Entretanto, não há tantas opções de voos e as passagens internas são bem caras.
Por isso, a forma mais comum de se deslocar no país é de carro. Ai existem algumas opções:
Alugue carro de passeio
Você pode alugar um carro tradicional de passeio para transitar pelo país. A vantagem é gastar menos com gasolina (do que um 4×4) mas a desvantagem é ficar restrito as rodovias asfaltadas. Dá pra ir de Windhoek para o Etosha e para Walvis Bay por exemplo.
Mas a região sul, que inclui o deserto de Sesriem, Deadvlei e Fish River Canyon o acesso passa por estradas de ripio e até de areia e fica restrita a carros 4×4.
Durante a nossa viagem, encontramos alguns aventureis corajosos fazendo esses trechos com carro de passeio. Mas na minha opinião, não vale o risco de ficar atolado no meio do nada.
Aluguel carro 4×4
Sem duvida a opção mais popular é alugar um carro 4×4. Isso viabiliza percorrer praticamente todo o país. Como eu disse acima, há muitos trechos com estrada asfaltada e de boa qualidade, mas principalmente na parte sul encontramos muitas estradas de ripio.
Além disso, para quem quiser chegar até o Deadvlei por conta próprio, é preciso encarar alguns quilometros de areia fofa.
Existem dezenas de agências que alugam 4×4 em Windhoek e as vezes fica dificil escolher. Vai ter um vídeo lá no YouTube em que eu explico melhor como escolhemos nosso carro.
Aluguel de 4×4 com camping
Finalmente, a nossa opção de transporte pela Namíbia incluiu também todo o equipamento de camping. Isso facilitou demais os deslocamentos e permitiu flexibilidade no nosso roteiro. Nós alugamos o carro com a empresa Namibia2Go e ficamos muito satisfeitos.
Além do equipamento de camping, o carro também estava todo equipado com utencilios de cozinha (fogão, freezer pequeno, pratos, talheres, etc).
Dica de Viajante: Lembre-se que a direção na Namíbia (e boa parte dos países do sul da África é na mão inglesa! No inicio pode parecer estranho, mas depois de alguns quilometros rodados a gente se acostuma a dirigir do outro lado.
Roteiro guiado com transporte e Overlands
Por fim, pra quem não quer dirigir por conta própria pelo país, pode contratar uma agência com roteiro e guia. Nesse modelo, você pode optar por um roteiro com pernoites em lodges e chalés ou em campings.
Também é muito comum nessa região da áfrica os tours de Overlands, que são grandes caminhões adaptados para esse tipo de roteiro.
Você por exemplo contratar esse passeio guiado de 2 noites / 3 dias saindo de Windhoek para conhecer a região de Sesriem e Deadvlei.
Ou então contratar um pacote completo de 10 dias que incluir Sesriem, Swakopmund, Damaraland e Etosha (atenção que o preço mostrado nesse link corresponde a 30% do valor do tour. O resto deve ser pago posteriormente).
No mapa abaixo estão todos os pontos de interesse que menciono aqui nesse post e os lugares por onde passamos. Você pode salvar esse mapa no Google Maps do seu celular para usar depois!
ONDE E COMO FICAR HOSPEDADO NA NAMÍBIA
As opções de hospedagem vão variar de acordo com o estilo de viagem que você preferir fazer. Em geral, as opções mais confortáveis são os lodges e hotéis de luxo. Você vai encontrar boas opções próximas aos principais pontos turisticos como o Parque Etosua e o Deavlei mas também vai pagar muito bem por isso.
As opções mais econômicas nesses lugares, sem dúvida alguma, são os campings. Existem várias opções, desde as mais simples que oferecem apenas um espaço a céu aberto para montar a barraca e dormir, até glampings mais luxosos. Já outros campings possuem piscina, restaurante e mercadinho.
Mas de um modo geral, quanto mais perto dos parques mais caro e concorrido esse tipo de hospedagem fica.
Já nas cidades mais populosas, como a capital Windhoek e Swakopmund e Walvis Bay no litoral, encontramos mais opções tradicionais de hotéis e apartamentos estilo Airbnb.
Pesquisar hotéis e apartamentos no site do Booking é uma excelente forma de poder comparar as opções, não só em relação ao preço mas também conferindo as avaliações e caracteristicas de cada hotel!
No nosso caso, nós alternamos entre o camping (no Deadvlei e no Etosha) e um airbnb na nossa estadia em Walvis Bay. Acampar na Namíbia foi nossa primeira experiência desse tipo e gostamos bastante!
DOCUMENTOS, VISTOS, DINHEIRO E SEGURO VIAGEM
Para viajar para a Namíbia, você precisará dos seguintes documentos:
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- Passaporte válido: Certifique-se de que seu passaporte tenha pelo menos seis meses de validade após a data de retorno e tenha pelo menos três páginas em branco para os carimbos de entrada e saída. É necessário ter uma passagem de retorno válida também.
- Visto: Brasileiros não precisam de visto para turismo por até 60 dias.
- Direção: Podemos usar sua carteira de motorista brasileira (CNH) por até 90 dias. A principio não é preciso ter a PID para dirigir no país, mas como eu ia dirigir também na África do Sul providenciei a minha de forma online.
Como levar dinheiro para Namíbia
Costumamos ter alguns pré conceitos ao viajar para países distantes e desconhecidos, mas a verdade é que a Namíbia de surpreendeu na parte financeira. Pagamos praticamente tudo com cartão de débito da Wise.
Foram rarissimos casos em que precisamos pagar com Dólar Namíbio (moeda local). E ainda assim, quando precisamos de dinheiro, usamos o limite de 1400 reais de saques mensais que a Wise oferece.
De qualquer forma, por segurança, é bom levar alguns dólares americanos ou euros para trocar em casos de emergência.
Cartões de crédito também são bem aceitos, mas o valor do câmbio + IOF acaba deixando a viagem bem mais cara.
Seguro Viagem para a Namíbia
Fundamental contratar um seguro viagem decente pra uma viagem internacional, principalmente para um país tão remoto quanto a Namíbia.
Nós pesquisamos e contratamos nosso seguro pela plataforma da Real Seguro Viagem. O melhor de tudo é que clicando nesse link aqui tem um desconto automático de 10% usando o cupom MAPADEVIAJANTE !!
Vacinas e malária
Nenhum certificado de vacina foi solicitado para nossa entrada na Namíbia mas é sempre bom carregar o certificado internacional de vacina contra Febre Amarela.
Várias regiões do sul da África são lugares de risco de Malária. A malária é uma doença causada por um parasita trannsmitido por um mosquito. Os sintomas incluem febre, suores, calafrios, náuseas, vômitos, dor de cabeça e fraqueza.
Nós consultamos alguns médicos antes da viagem para saber se era necessário tomar algum tipo de remédio mas a recomendação foi a profilaxia preventiva.
Medidas preventivas incluem o uso de repelente (tem alguns bem potentes), proteções nas janelas e roupas de manga comprida.
De qualquer forma, não tivemos muito contato com mosquitos durante a viagem, provavelmente por ser periodo seco. Durante o verão (de Janeiro a Março) quando chove mais, os mosquitos também estão mais ativos.
Chip de internet
Infelizmente na Namíbia não tem cobertura dos planos mundiais nem da Claro nem da Vivo e também não encontrei e-sim disponível no site da Airalo (vale a pena consultar pois pode ser que eles incluam essa cobertura).
Porém, foi bem tranquilo contratar um chip na chegada ao aeroporto de Windhoek pela empresa MTC. paguei algo aproximado a 6 dólares para um chip com validade de 7 dias e me atendeu muito bem (exceto pelos dias no Sesriem que ficamos sem sinal boa parte do tempo).
QUANTO TEMPO FICAR NA NAMÍBIA
Nosso roteiro foi de 7 noites e 8 dias e com ele foi possível conhecer os principais pontos turisticos como o Deadvlei, Walvis Bay e Etosha. Mas muita coisa ficou de fora!
É um país com muitos atrativos e com longas distâncias entre eles o que implica e tempo de deslocamento. Um bom roteiro, na minha opinião, deve prever de 12 a 15 dias de viagem.
ROTEIRO PELA NAMÍBIA: O QUE FAZER NO PAÍS
Aqui vou mostrar o nosso roteiro de 7 noites e ao final do post vou sugerir outros lugares pra conhecer no país. Lembrando que eu também faço roteiros personalizados e ofereço consultoria de viagem pra quem quiser ajudar! Pra saber confere esse post ou assiste esse video aqui:
De Windhoek até Hauchabfontein (Dia 1)
Chegamos em Windhoek a partir de Johnesburgo ainda na parte da manhã e fomos recepcionados pelo transfer até a agência da Namibia2Go para retirar o carro.
Levamos cerca de uma hora e meia para assinar toda a papelada e receber todas as orientações de como utilizar o 4×4, calibragem dos pneus, uso da bateria, montagem da barraca de camping e dos utencilios de cozinha.
O pagamento foi feito usando o nosso cartão de débito da Wise.
Uma informação importante é que nenhuma agência de aluguel de carro permite a circulação de carros de noite na Namíbia, pelo risco de acidentes causados pelos animais nas estradas. Geralmente, o seguro não cobre qualquer tipo de acidente após o por do sol.
Por isso, logo depois de retirar o carro, passamos em um supermercado para realizar as comprar para o camping e pegamos a estrada. Pelo Google Maps, são cerca de 4 horas entre Windhoek e Sesriem mas é fundamental considerar uns 20 a mais nesse calculo.
E já no primeiro dia o camping ajudou muito, pois só tivemos tempo de chegar até o camping de Hauchabfontein. O primeiro terço da viagem é em estrada de asfalto, mas depois entramos em estrada de ripio (plana e bem tranquila para dirigir).
Hauchabfontein Camping
O camping tem uma vista maravilhosa das montanhas e também tem um rio dentro da propriedade que forma piscinas naturais durante o verão. Ah, e o céu estrelado da Namíbia,da via láctea, durante a lua nova, foi o céu mais espetácular que já vi na minha vida!
Além do camping, existem alternativas de chalés e quartos tradicionais, como por exemplo o Tsauchab River Lodge. Nesse caso, indico reservar com antecedência os quartos, pois a oferta não é tão grande e a procura, principalmente na alta temporada, torna as opções bem escassas.
Um camping que é próximo de Sesriem (mas ainda assim cerca de 1h30 distante do Deadvlei) é o Little Sossus Lodge Campsite. Essa era nossa opção de camping se não tivessemos conseguido hospedagem dentro de Sesriem.
Dica de Viajante: Pra entender melhor essa logística até o Sesriem/Deavlei, recomendo assistir ao vídeo que está na nossa playlist da Namíbia no YouTube.
Sesriem e Deadvlei (Dias 2 e 3)
No segundo dia partimos de Hauchabfontei para o pequeno povoado de Sesriem. Sesriem é a porta de entrada ao Parque Nacional Namib-Naukluft, que é onde ficam as famosas dunas do deserto da Namíbia e o cartão postal da região: Deadvlei e Sossusvlei.
Ao entrar em Sesriem, fomos direto para recepção do camping e conseguimos uma vaga no camping por cerca de R$ 360,00.
O valor é alto, sim, mas essa vaga nos permitiu ficar dentro do parque e acessar o portão de entrada ao Deadvlei uma hora antes de quem fica do lado de fora (6h30 ao invés de 07h30). Alem de sair uma hora mais tarde (19h30 ao invés de 18h30).
Com isso, pudemos visitar o Deadvlei em um horário com temperaturas mais amenas e com o sol nascendo se pondo (golden hour!).
Outra opçõe de hospedagem (além de camping) dentro de Sesriem é o Dead valley lodge. Já do lado de fora do parque tem o Sossusvlei Lodge e o Sossus Oasis Campsite.
Além da diária no camping, também pagamos cerca de 20 USD pelo ingresso para 2 pessoas (1 carro) no parque.
O que é o Deadvlei
Deadvlei é uma “bacia de argila branca” localizada dentro do Parque Namib-Naukluft. O nome significa algo parecido com “charco morto” e remete à época em que a área era fértil, banhada pelo rio Tsauchab. Hoje, Deadvlei é caracterizada por árvores mortas contrastando com o solo de cor mais clara, criando uma paisagem surreal entre as dunas de areia vermelha do deserto do Namíbia.
Além desse atrativo principal o parque conta ainda com o Sossusvlei (que fica mais bonito na época de chuva) e de diversas dunas que proporcionam um visual espetácular do deserto tanto vistas de baixo, quanto de cima.
As mais famosas são as Dunas 45 (que fica no caminho do Deadvlei) e a Big Daddy (que fica do lado do Deadvlei).
Visitamos o parque tanto no final do segundo dia quanto na madrugada/manhã do terceiro dia. Se quiser como foi, confere o vídeo no YT!
Passeio de Balão pelo Deadvlei
Uma opção espetácular de conhecer o deserto da Namíbia é fazer o passeio de balão no amanhecer. Uma visão panorâmica de todo o deserto, do Deadvlei e Sossusvlei e das principais dunas de Sesriem.
Recomento, nesse caso, passar duas noites no parque, para poder visitar o Deadvlei em um dia e no outro fazer o passeio de balão.
Solitaire até Walvis Bay (Dia 3)
Partindo de Sesriem fizemos uma parada estratégia em Solitaire para abastecer, almoçar, tomar um café e comer uma torta de maça famosinha.
Solitaire é um minusculo povoado que serve de ponto de parada para quem faz esse longo trajeto de 5 horas entre Sesriem e Walvis Bay.
Ah, Solitaire também é uma boa opção de pernoite dependendo do seu roteiro, ficando no Solitaire Desert Farm. Observe também o cemitério de carcaças de carros. Ninguém sabe como começou, mas é um ponto de referência de chegada na vila.
Seguindo viagem terminamos o dia dormindo em um AirBnb já na cidade de Walvis Bay.
Pelican Point e Caiaque com as focas (Dia 4)
Walvis Bay e Swakopmund são cidades litorâneas que ficam 30 minutos de distância uma das outras. Swakopmund é mais turística, tem mais hotéis e opções de passeios culturais, incluindo visitas as tribos do norte da Namíbia.
Já Walvis Bay é onde se faz o caiaque com as focas e fica mais perto de Sandwich Harbour (onde o deserto da Namíbia encontra o Oceano Atlântico! Como esses dois últimos passeios eram os que mais nos interessavam, decidimos passar duas noites em Walvis Bay.
Existem diversas opções de hospedagem próximas do pier e da praia da cidade, a grande maioria são apartamentos e casas bem equipadas e localizadas como por exemplo o Lagoon View e o De Baken.
Então na manhã do quarto dia fizemos o passeio de caiaque com as focas em Pelican Point! Só posso dizer que foi uma experiência fantástica e inesquecível! São milhares de focas espalhadas pela orla da praia que se aproximam no instante em que você entra na água com o caiaque.
Além das focas, vimos diversos pássaros, incluindo pelicanos e chacals se alimentando de carcaças pelo caminho.
Mas palavras não são suficientes pra demonstrar, então vai lá no YT e assiste o vídeo desse dia para tirar suas conclusões!
O passeio é muito completo e incluiu um brunch reforçado depois da atividade, além de uma parada para conhecer um lago rosa!
Dá pra reservar esse passeio online com cancelamento grátis!
Sandwich Harbour (Dia 4)
O roteiro perfeito de um dia em Walvis Bay inclui uma visita ao Sandwich Harbour, o complexo de dunas do deserto da Namíbia que se encontra com o oceano. O local também fica no Parque Nacional Namib-Naukluft (o mesmo do Deadvlei só que mais ao norte) e a 80 km ao sul de Walvis Bay.
Existem várias agências que fazem esse passeio pelas dunas e pela praia que separa o deserto do mar e também é possivel reservar online.
Para visitar Sandwich Harbour por conta própria você precisa de uma permissão, que pode ser obtida no escritório do Ministério do Meio Ambiente e Turismo em Swakopmund. Eu particularmente só recomendo se você tem experiência em dirigir na areia fofa. Caso contrário, contrate um passeio ou um guia para ir dirigindo o seu carro.
Pôr do Sol e Flamingos (Dia 4)
Pra ser sincero uma das coisas que mais me atraiu em Walvis Bay foram os flamingos a beira mar. São milhares de flamingos espalhados pela orla da cidade, não tem como não ver.
E encerrar o dia assistindo ao pôr do sol com os flamingos é sem dúvida uma boa forma de finalizar o roteiro pela região.
Dormimos mais uma noite na cidade para seguir viagem no dia seguinte.
Catamarã e Big 5 Marinho
Mais uma atividade que ficou de fora do nosso roteiro mas que com certeza eu gostaria de ter feito foi o passeio de catamarã pra ver os Big 5 Marinhos.
A melhor época pra fazer esse passeio é de Julho a Novembro, aumentando a possibilidade de ver baleias, golfinhos e peixe lua.
De Walvis Bay para Parque Nacional Etosha (Dia 5)
Partimos de Walvis Bay bem cedinho para percorrer os 560 km que nos levaram até o Parque National Etosha. A viagem durou quase 7 horas, considerando as paradas para abastecer e almoçar. O trajeto é todo asfaltado mas ainda assim leva mais tempo do que as 5 horas estimadas pelo Google Maps.
Dica de Viajante: No caminho entre Walvis Bay e Etosha existem outras atrações como as montanhas Spitzkoppe, a Skeleton Coast, Damaraland e a tribo Himba mas nosso roteiro não permitiu aproveitar esses destinos. Ao final desse post vou colocar algumas atividades pra complementar o roteiro e conhecer esses lugaresm.
O parque Etosha é gigantesco e possui diversos portões de entrada. O principal e mais acessível é o portão sul conhecido por Anderson´s Gate. É também o melhor acesso a Okaukuejo, um vilarejo dentro do parque que oferece opções de hospedagens e camping, posto de gasolina e que possui o famoso waterhole de Okaukuejo.
De novo, eu falo muito mais sobre isso no vídeo sobre o Etosha no nosso canal do YT, mas aqui vai a regra de outro nos safaris: onde tem água, tem bicho, principalmente no inverno que é periodo de seca.
Portanto, qualquer poça d’água vira uma grande atração e Okaukuejo tem uma poça (waterhole) que recebe visitas constantes de diversos animais.
Pra ficar hospedado em Okaukuejo é preciso reservar com antecedência ou tentar a sorte de conseguir um lugar na hora mesmo. E vale a mesma regra de Sesriem: quem fica dentro do parque tem acesso mais cedo aos safaris e pode retornar mais tarde.
Na nossa primeira noite nós ficamos hospedados do lado de fora, no Etosha Trading Post. O camping tem uma estrutura bem legal, com uma pequena area para cozinha e churrasqueira e banheiro com água quente. Também tem um posto de gasolina e um mercadinho.
É possível contratar os safaris (game drives) para quem fica fora do parque. Existem opções de safaris de meio dia ou dia inteiro e podem ser reservadas online com cancelamento gratuito até 48 horas antes da atividade.
Parque Nacional Etosha (Dias 6 e 7)
No sexto dia da viagem desmontamos nossa barraca e partimos em direção ao Etosha. Visitamos primeiro o waterhole de Okaukuejo onde também temos que pagar uma taxa do parque. A vila tem uma boa estrutura, também com posto de gasolina, camping e chalés.
Tomamos a decisão de tentar uma hospedagem em outra vila dentro do parque: a vila de Halali que fica a 70 km de Okaukuejo.
Halali Camp
Pagamos 71 USD por uma noite no camping que contava apenas com a área para estacionar o carro e montar a barraca, uma mesa e cadeiras para comer e banheiros coletivos.
Outra regra de ouro de safaris: os animais (principalmente os felinos) estão mais ativos nas primeiras e últimas horas de sol do dia. No calor do meio do dia eles geralmente se escondem do sol ou procuram uma poça d’água para beber água.
Self Safari (por conta própria)
No primeiro dia de parque exploramos as estradas com nossa 4×4. A partir de Okaukuejo as estradas são de ripio e apesar de ser recomendável pelo menos um 4×4 vimos alguns aventureiros percorrendo esse trecho de carro de passeio.
Aos poucos, começamos a ver os animais, girafas, elefantes (nosso primeiro big 5), zebras, diversos tipos de antílopes incluindo o Oryx, um dos símbolos do país.
Foi uma experiência bem emocionante e divertida, ver os animais passando pelas estradas, nos observando e sendo observados e seguindo cada um seu caminho.
Em Halali também tem um Waterhole, e foi onde eu vi o único Rinoceronte de toda a viagem pela África. Foi graças a esse waterhole que posso dizer que vi os Big 5 africanos!
O que são os Big 5? Big Five é o termo que se refere aos animais pais difíceis de se caçar pelo homem. Com o desenvolvimento do turismo esse termo se aplica também aos 5 animais mais dificeis de encontrar durante um safari. São eles: Elefante Africano (não tão dificil assim), Rinoceronte, Búffalo, Leão e o Leopardo.
Game Drive (Safári guiado)
No dia seguinte optamos por contratar um safari com guia (chamado de game drive) naqueles tradicionais carros de safari que vemos na internet. A ideia era comparar se conseguiriamos ver mais animais com o guia do que por conta própria.
O safari sai beeem cedo e por isso é bom estar preparado para o vento frio do carro aberto. Normalmente os carros contam com cobertores ou ponchos que ajudam bastante mas gorros, luvas, segunda pele e um casaco corta vento são indispensáveis!
Sem duvida o guia tem a facilidade de já conhecer a região e o comportamento dos animais. Mas infelizmente nesse dia não tivemos tanta sorte (se comparado com os safaris da Botswana e da África do Sul).
Conseguimos ver de longe um grupo de chitas fugindo de uma hiena e mais algumas girafas e antilopes.
Com um gostinho de quero mais, finalizamos nosso roteiro no Etosha, juntamos nossas coisas na 4×4 e partimos em direção a Windhoek para devolver o carro e encerrar nossa viagem pela Namíbia.
Windhoek (Dia 8)
Ficamos hospedados no Windhoek Gargens Boutique Hotel na última noite antes de pegar o voo para o Zimbábue. Foi uma ótima noite de sono depois de alguns dias dormindo na barraca.
A cidade de Windhoek não tem tantas atrações turisticas, mas se você tiver alguns dias sobrando pode explorar a cidade e a influência da colonização alemã.
E como eu falei acima, a capital da Namíbia pode servir como base para passeios para outras regiões do país. Também tem opções de safari nos arredores de Windhoek pra quem não vai ter tempo de ir até o Etosha.
Outros destinos e atrações na Namíbia
Como eu falei, o país é extenso e rico em atividades. Com certeza se eu pudesse voltar no tempo ficaria mais tempo para poder incluir no roteiro:
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- Skeleton Coast: Conhecida por suas paisagens dramáticas e naufrágios históricos, a Skeleton Coast é um dos lugares mais remotos e inexplorados da Namíbia. Suas costas rochosas, nevoeiros frequentes e areia dourada criam um ambiente de beleza única e mistério.
- Cultura Himba: Os Himba são um grupo étnico nômade que habita o norte da Namíbia. Eles são famosos por sua cultura única, vestimentas tradicionais e a aplicação de uma pasta corporal à base de óxido de ferro, que dá a sua pele uma tonalidade avermelhada. Visitar as comunidades Himba são possíveis principalmente saindo de Swakopmund.
- Fish River Canyon: Este cânion é o segundo maior canyon do mundo ficando atrás apenas do Grand Canyon. Com cerca de 160 km de comprimento, o Fish River Canyon tem trilhas para caminhadas e vistas panorâmicas que impressionam muito!
- Swakopmund: Apesar de termos conhecido Walvis Bay eu gostaria de ter explorado mais a cidade de Swakopmund. A cidade costeira, de influências alemãs, é um ponto de partida ideal para atividades de aventura, como sandboarding, sky diving, parapente e passeios de quadriciclo nas dunas. Além disso, Swakopmund oferece uma variedade de restaurantes, mercados e lojas que refletem a cultura local.
- Spitzkoppe: Formações rochosas com inscrições rupestres que ficam a algumas horas de Swakopmund. Dá pra fazer passeio de bate e volta com guia saindo da cidade litorânea da Namíbia.
- Luderitz e a cidade fantasma: Luderitz é outra cidadelitorânea na Namíbia só que fica ao sul do pais. Além de passeios de barco e atividades culturais é um destino famoso pela cidade fantasma de Kolmanskop.
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O QUE COMER NA NAMÍBIA
A culinária da Namíbia oferece uma mistura interessante de influências, com sabores que podem ser familiares ao nosso paladar brasileiro, mas também com algumas surpresas. Aqui estão algumas especialidades que você pode experimentar durante sua viagem:
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- Carne de Caça (Game Food): Sempre que você ler o termo “game” em um cardápio significa que é a carne de algum animal selvagem. São cortes de animais como órix, kudu, zebra, springbok e até crocodilo e são comuns nos restaurantes e lodges. Experimente o “potjiekos” (um ensopado de carne com legumes bem temperado) ou o “braaivleis” (churrasco de carnes, semelhante ao brasileiro).
- Ostras de Swakopmund: A cidade é famosa por suas ostras frescas. Elas estão presentes em todos os cardápios e passeios de barco.
- Lagostas de Luderitz: Em Luderitz, as lagostas são um destaque nos restaurantes dos hotéis.
- Carne de Gado Especial: Na Namíbia, os rebanhos são criados soltos e se alimentam apenas de gramíneas, o que torna a carne de gado muito especial. Mesmo os cortes de carne de gado são uma experiência única (mesmo comparado as carnes brasileiras e argentinas).
- Peixe Kabeljou: Encontrado em toda a costa, o Kabeljou é um peixe tradicional preparado de várias maneiras.
- Frutas e Vegetais Locais: Experimente frutas como manga, guayaba e sandía, além de verduras como espinafre, couve e abóbora.
- Game Biltong: Uma versão seca das carnes de caça, vendida como aperitivo e snack.
Lembre-se de que, apesar das diferenças culturais, você encontrará opções mais familiares, como massas, hambúrgueres, pizzas, saladas e sopas nos cardápios locais. Alimentação com certeza não foi um problema durante a nossa viagem pela Namíbia!